Ando meio distraída, impaciente e indecisa...
e sem inspiração. Sei que o ato de escrever requer muito mais suor que um fato/coisa/pessoa/sentimento inspirador... mas, bah, ainda assim, não dá. Nada de novo hoje.

Mas só para não deixar um imenso gap entre a postagem anterior e uma próxima vim aqui deixar a música das minhas pseudoférias...


não choro, chovo.


A Espera

Eu vou esperar a chuva

Não me levanto

Não vou-me

Não desisto

Eu quero as lágrimas das nuvens

para não ter de chorar sozinha.

Lary Guilardi


Essa é antiga. bons tempos de primeiro semestre, quando voltava a pé para casa, sentava em qualquer banco em baixo das árvores, e escrevia. era minha época de ser ao escrever, sabe? era como se eu fosse lápis, ai, não sei explicar. eu senti e escrevia, eu escrevia e sentia.
estava em um dia conturbado quando fiz essa besteira de poucas linhas, mas foi tão verdade pra mim.

... enfim, só posso dizer que não esperei demais. a inconstância do céu brasiliense me deu de presente o pranto.

sou só soul...


Meu ser tão idiota

Nasceu um dia, assim meio do nada, o meu ser tão idiota. claramente entregue à filosofia banal. descrevê-lo seria um erro. sê-lo seria um erro. por fim consumado. ser certo já não mais importa. era meu. mas não o era pequeno. incompativelmente grande. miseravelmente aparente. ah! se o mundo não fosse redondo. lhe faria caixão de mármore e o jogaria no término da planície mundial. platônico, diriam todos. idiota, afirmo eu. e este ser de tão repentino que veio mais despreparado cresceu. braços e pernas alongados, movimentos incertos, estilhaços ao chão. pobre inútil incompetente. talvez sonhasse em só ser, sem o ser, apenar ser. mas pariu-se idiotamente irresponsável. e sem muita complexidade e permissão construiu morada. criatura vil e permanente, choro eu. canta as baboseiras e se disfarça de lirismo. enganou mesmo o poeta, vulnerável disfarçado. não fez ensaios, já entrou em plena peça. volumoso descrente, irremediável errôneo. na valsa perdeu o ritmo, com as notas fugiu seu soul. fantasiou, fantasiou-se. não fez as mímicas, desculpas, mas não rimava. e era meu. subitamente meu. severamente meu. indefinidamente meu. entre arranjado com o ínfimo vermelho pulsador. não estranhamente meu. meu tão ser idiota.

. Porque em terra de sapos parkour já era moda há muito tempo...

Minha terra

Terra de Sapos. Literalmente. Não aqueles que viram príncipes, mas, aqueles que são sempre sapos, e em ser sapos são completamente.

É o que me importa. Não se somos sapos, mas se somos por inteiro.

Transcrevo então minha terra de sapos; meus sapos e seus concursos, meus sapos e suas filas, meus sapos e seus editais, meus sapos e seus amores.

[e que venha o modismo útil e satisfatório de escrever]

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