ser...

Agan Harahap: Super Hero Photography

Ser poeta me é ingrato. melhor seria se ativista, se militar em fronte de batalha, se legislador com o poder nas mãos. mas, tudo que me resta é tinta e papel. minha'lma, exacerbada em rimas, me atormenta frente a qualquer possibilidade de não só poeta ser. sei que palavras mudam o mundo. mas, as minhas, ou são muito fracas ou muito novas, e meu papel insiste em acovardar-se na gaveta. se eu fosse autônoma, se meu eu não fosse lírico, talvez pudesse por a capa e ser herói. mas, ainda sou a do óculos, na espera constante pela aranha e seu veneno, pelas teias e o super.

Nossa imensidão azul...

este é fruto de uma tarde sozinha na queridíssima unb, cara a cara com o painel azul sem nuvem nem nada, só vento e light blue.



Nosso mar é lá em cima.

Este é para aqueles...
para aqueles que nasceram planejados
com ruas cerebrais bem espaçadas
sinapses sem esquinas
com pensamentos agrupados em pares e ímpares
Para aqueles que se acharam desenhados
[e enquadrados
para aqueles que seguiram em legião
ao som de música urbana
Para todos aqueles que vieram de sonhos
que em si encontram avião
pronto para a decolagem e o mergulho no céu aberto
em meio a peixes batendo asas
e ondas de algodão
Para todos aqueles que tocam o céu e se molham
Pois, nosso mar é lá em cima
- e nossos sonhos se figuram em bolhas.

. Porque em terra de sapos parkour já era moda há muito tempo...

Minha terra

Terra de Sapos. Literalmente. Não aqueles que viram príncipes, mas, aqueles que são sempre sapos, e em ser sapos são completamente.

É o que me importa. Não se somos sapos, mas se somos por inteiro.

Transcrevo então minha terra de sapos; meus sapos e seus concursos, meus sapos e suas filas, meus sapos e seus editais, meus sapos e seus amores.

[e que venha o modismo útil e satisfatório de escrever]

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