Não estou entendiada... fim de semestre, nem tenho tempo para pensar em tédio. Mas acho esse um texto divertido, ou ao menos deveria ser.


TÉ DIO

"Tédio. Não há interjeição. Tédio. Não há interferência. Tédio. Apenas Tédio. A monotonia de uma manhã que nasceu sem ser consultada, de um relógio já saturado dos mesmos números, repetindo sempre o mesmo fato. Nada. Girando seus ponteiros na sedentária rota. Sempre. Nada. Tédio.

Tédio. O soar pouco melódico das cordas desgastadas de um velho violão só o podem transmitir. Nem as letras rebeldes da morta legião levantam os defuntos jovens do Novo Mundo Mecânico. Tédio. E tudo se resume. Um resumo mal feito. Mas o único disponível.

Tédio. As almas (se existirem) inspiram tédio. A vida (se não morreu) tornou-se tédio. Os poetas (se não pararam) escrevem tédio. Os pássaros (se não migraram) assoviam tédio. As mães (se não abortaram) “parem” tédio. As crianças (se não cresceram) brincam tédio. As escolas (se não fecharam) ensinam tédio. Os políticos (se não roubaram) negociam tédio. O mundo (se não explodiu) abriga tédio. E você (se não desistiu) lê... TÉDIO.

Larry Guilardi



ps: escrevi esse no primeiro ano do ensino médio, então ignorem qualquer coisa. beijos.

we should've been lighthouses

Não há segredo
Éramos todos casas de luz em pleno apagão.
Nosso mistério revelado
não há mais profundidade
racionaremos a essência
- eterna desperdiçada -
Já não me há mais um poeta
- vive-me consolador -
de seu lápis escorreu desgoto,
suas folhas voaram úmidas
- fugido perdeu-se o lirismo -,
a fórmula tão perfeita
disfarçou todo o cansaço
E as usinas massocéticas
ligaram-se inteiramente
- as correntezas igualadas -
cederam ao mundo estático

Somos todos casas de luz
.em plena enganação.

Não sou muito de listas de início de ano. Meu ano já vem listado naturalmente, com dias contados, meses seguidos e calendário apertado. Me jogar em mais metas a cumprir soa como loucura. Mas neste dois mil e alguma coisa, farei exceção. Eu preciso, devo, me lembrar do que fazer e do que não repetir. Sou esquecida por natureza, me esqueço de guardar a mágoa, me esqueço de ficar brava, me esqueço de lembrar, me esqueço de fazer, me esqueço de correr atras e principalmente: me esqueço. E daí vem a necessidade de listar. Enumerar cada detalhe importante pra fazer deste ano bebê um velhinho significativo no álbum das idades.
Pensei em listar pontos como: me apaixonar. Mas andei refletindo... e percebi que é um ano para fugir de problemas. De fato, creio que venho fugindo há tempos. Escondo-me no platonismo, me afogo nos livros, me encanto com filmes e monto minha muralha de escape. Em time que está ganhando não se meche, certo? E se meu time na "vida física" não me dá muito motivo de celebração, não sou eu que vou tirar o time sentimental da liderança. Estou muito bem com a sorte no jogo. Devo focar-me em listar apenas os defeitos a serem corrigidos de 2010.
Hei, portanto, de empilhar em minha lista – sim, empilhar, colocar um em cima do outro, amontoar, organizar bagunçadamente (só faço sentido na confusão) – itens como: escrever mais – crônicas, contos, quem sabe uma ‘novel’ (já há a idéia, semente, vou jogar ao vento e ver se o passarinho verde da criatividade ajuda a espalhar), poemas, frases, ou apenas confissões e desabafos - ; ler mais – sei o que estão pensando, vou ficar doida se aumentar o número de mundinhos encadernados na estante ao lado da cama, mas digo ler mais clássicos, mais politizados e diferentes dos que os que freqüentam minhas mãos ávidas por virar a página -; tocar mais – principalmente o bando, abandonado por falta de tempo -; e mais algumas muitas besteiras, mas sem me esquecer de um dos mais importantes: sair. Não sair sair, entende? Mas, sair. Não estar mais aqui... ver o outro lado da moeda, da rua, do mundo, do mar, deles. Quero me perder na estrada, virar esquinas desconhecidas, seguir um mapa sem entender, fingir que vejo os desenhos de heróis nas estrelas, achar aquela fruta rosa choque, beber da fonte da juventude, jogar moeda em uma outra - a dos desejos -, fotografar sem fotometrar, abrir o diafragma o máximo possível, deixar meu iso altíssimo – eu quero luz entrando, muita, quero uma vida superexposta aos raios luminosos -, a velocidade pode ser baixa, não tenho pressa, ainda que resulte em borrões e – sim, mais,mais – mais luz. Quero me perder para me encontrar.
Ah, vou indo fazer minha lista - sinto que será útil. Pendurá-la na porta do armário, para que a veja toda santa manhã na qual luto contra o sono perseguidor. Vai que seja o ânimo que falta para focar e torná-la real.
Enfim... isso foi o mais pessoal que já escrevi aqui. A questão é, como fui lembrada hoje em uma conversa, a gente precisa de objetivos pra viver. Não o objetivo pelo objetivo, apenas. Mas também pelas milhões de possibilidades e experiências que vem juntas com o caminho até ele. Então, nada melhor para descobrir quais são seus grandes objetivos do que listar os pequenos, correto? Não custa tentar...
Um 2011 diferente para vocês. Com tudo de bom, é claro. Mas que não seja mais um ano bom. Mas um ano impactante. Que Deus seja sua base e alicerce, ok?
Enfim, um clichê do fundo do coração: Feliz ano novo!

. Porque em terra de sapos parkour já era moda há muito tempo...

Minha terra

Terra de Sapos. Literalmente. Não aqueles que viram príncipes, mas, aqueles que são sempre sapos, e em ser sapos são completamente.

É o que me importa. Não se somos sapos, mas se somos por inteiro.

Transcrevo então minha terra de sapos; meus sapos e seus concursos, meus sapos e suas filas, meus sapos e seus editais, meus sapos e seus amores.

[e que venha o modismo útil e satisfatório de escrever]

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